A Vida é assimTere Penhabe
Como nuvem de poeira,
Acalma suavemente...
Sem algazarra ou zoeira,
Depois de uma noite inteira,
A espera pelo presente.
Acalma suavemente...
Sem algazarra ou zoeira,
Depois de uma noite inteira,
A espera pelo presente.
Com o
olhar já saciado,
Sem mais expectativa,
O rostinho lambuzado,
Dorme o menino cansado
Sem fazer estimativa.
Sem mais expectativa,
O rostinho lambuzado,
Dorme o menino cansado
Sem fazer estimativa.
Não crê que foi enganado,
Pela troca à revelia
Do trenzinho tão amado
Pelo quartel desmontado...
Não era o que ele queria.
Pela troca à revelia
Do trenzinho tão amado
Pelo quartel desmontado...
Não era o que ele queria.
O tempo vai se arrastar,
A princípio, lentamente
Passa a ser só devagar,
E sem que possa notar,
Tão desesperadamente...
A princípio, lentamente
Passa a ser só devagar,
E sem que possa notar,
Tão desesperadamente...
Por fim, ele há de entender,
Algum dia, lá na frente
Que por mais que merecer
Dificilmente vai ter
Seu esperado presente...
Algum dia, lá na frente
Que por mais que merecer
Dificilmente vai ter
Seu esperado presente...
A vida vive trocando,
E o destino colabora...
Às vezes dizem que é cedo,
Precisa perder o medo,
Mas então passa da hora...
E o destino colabora...
Às vezes dizem que é cedo,
Precisa perder o medo,
Mas então passa da hora...
Ninguém se sente enganado...
Tudo que não se consegue,
É seqüela do passado,
O tal presente trocado,
Não há ninguém que o renegue.
Tudo que não se consegue,
É seqüela do passado,
O tal presente trocado,
Não há ninguém que o renegue.
Assim vamos indo em frente,
Sem cultivar desespero.
Mesmo repentinamente,
Se a vida, impertinente,
Não tiver conosco, esmero.
Sem cultivar desespero.
Mesmo repentinamente,
Se a vida, impertinente,
Não tiver conosco, esmero.
Dizem que é merecimento,
Sem direito a rebeldia...
Acumulamos tormento
Sem ver chegar o advento,
Da tão sonhada alegria.
Sem direito a rebeldia...
Acumulamos tormento
Sem ver chegar o advento,
Da tão sonhada alegria.
Nosso trenzinho se apaga,
Lá nos trilhos da memória...
Até ser lembrança vaga
Que a alma não mais afaga,
Cansada de tanta inglória.
Lá nos trilhos da memória...
Até ser lembrança vaga
Que a alma não mais afaga,
Cansada de tanta inglória.